InfoAmazonia investiga os gargalos da bioeconomia

Imagem: captura de tela – Primeira reportagem da série sobre gargalos da bioconomia publicada no dia 29 de novembro

Roberto Villar Belmonte*

O InfoAmazonia, projeto de jornalismo ambiental liderado por Gustavo Faleiros, começou a publicar no dia 29 de novembro uma série de reportagens sobre os gargalos da bioeconomia. Produzida por Eduardo Geraque, a primeira parte do especial trata da produção de castanha-do-Pará, conhecida no mercado internacional como castanha-do- Brasil (Sem articulação, produção de castanha da Amazônia esta travada | InfoAmazonia).

Com dados do mercado, a primeira reportagem da série mostra como a cadeia produtiva desse tradicional produto da floresta está desarticulada no Brasil. Duas fontes ligadas aos produtores locais do Amazonas e do Mato Grosso explicam as dificuldades de garantir um bom preço durante todo o ano.

Duas fontes de universidades públicas ajudam a compreender os desafios do setor, uma pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia e um pesquisador da Universidade Federal Rural da Amazônia. A reportagem também utiliza dados do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais.

A apuração foi feita a distância, sem imersão da reportagem na realidade dos produtores locais. Mesmo assim a proposta desta série é uma importante iniciativa de jornalismo ambiental de perspectiva econômica do InfoAmazonia, portal jornalístico que vem se destacando pelo uso do jornalismo guiado por dados nas pautas ambientais.

Com apoio internacional, o InfoAmazonia desenvolve no Brasil uma espécie de geojornalismo, termo criado pelo próprio Faleiros, a utilização de mapas georreferenciados que fornecem uma interpretação em camadas da região amazônica.
O projeto passou a receber também contribuições de outras fontes de informação para ampliar o conhecimento jornalístico sobre o maior bioma do país.

Discutir a bioeconomia no Brasil é importante para que a sociedade perceba que a política de desmonte ambiental do governo de extrema direita vai além do afrouxamento das normas e regulamentos, passa também pela ausência de políticas públicas que viabilizem ganhos econômicos com a floresta em pé.

*Roberto Villar Belmonte é jornalista, professor e pesquisador dedicado à cobertura ambiental. Membro do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS).

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