Primavera, 1971 e o jornalismo ambiental no Brasil: Folha da Manhã, um vestígio dos primórdios da pauta ecológica no jornalismo brasileiro

Imagem: Reprodução do autor/Arquivo Agapan

Por Heverton Lacerda*

A Primavera parece realmente inspirar reflexões ecológicas. No dia 23 de setembro de 1971, o extinto jornal Folha da Manhã1, em sua edição nº 563 (Ano II), publicou uma coluna assinada pelo jornalista Jefferson Barros, que convidava o leitor a participar do “jôgo da Ecologia” (grafia original). Barros ressaltava que a data marcava a entrada de um equinócio, e o jogo serviria “para festejar a chegada da primavera” brincando, pois a data era, “antes de tudo, uma estação de jogos, brinquedos e divertimento”. Ainda que em um estágio bastante inicial, ao menos no Brasil2, é possível perceber ali o nascimento de uma cultura jornalística que ensaiava as primeiras linhas textuais de um até então incipiente – ou mesmo insipiente, neste caso específico – jornalismo ambiental. Você pode ajudar a definir melhor aquele momento quando ler, mais abaixo, a reprodução de parte do “Jôgo Ecológico”, conforme Barros intitulou sua coluna.

Cabe contextualizar antes, aqui, que o ano de 1971 é icônico também para o ambientalismo brasileiro e internacional, pois em abril era fundada, em Porto Alegre – mesma cidade do Folha da Manhã –, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambienta Natural (Agapan), entidade ambientalista ativa e atuante até hoje. Em setembro, surgia no Canadá o Greenpeace, aproximadamente uma semana antes do texto de Barros estampar a página quatro do jornal. Já a Primavera, celebrada atualmente como a estação das flores, também serviu de inspiração para, anos antes, a bióloga norte-americana Rachel Carson denunciar, através do livro Primavera Silenciosa (Silent Spring, no título original), publicado em 1962, os impactos dos pesticidas (biocidas) – em especial o DDT3– na natureza.

O interessante do jogo proposto pelo jornalista, além das inusitadas contraposições que ele sugere entre vários assuntos, coisas, pessoas e personagens para dizer o que é “ecológico” e o que é “não ecológico”, é a forma como busca, no texto, envolver e entusiasmar os leitores a refletirem sobre “o que é poluição, desequilíbrio ambiental e coisa e tal”. No alerta “Preste a atenção.”, ele explica que em “algumas linhas fica um espaço em branco”, com pontilhados no lugar de palavras, onde “você pode completar como quiser ou souber”. Barros justifica os espaços não preenchidos, sempre na coluna “não ecológico”, pela existência de “muitos candidatos”. Vale ressaltar que, do total de 59, apenas três espaços ficaram sem preenchimento. Antes de você entrar para o jogo e tentar completar as lacunas, 51 anos após elas serem abertas, rindo ou chorando, vamos conhecer alguns confrontos “Ecológico/Não Ecológico” propostos por Jefferson Barros na coluna:

ECOLÓGICONÃO ECOLÓGICO
14 BisConcorde
Skol em latasChope mal tirado
WoodstockA Convenção de chicago
Hot-dogHot-dog no Zé do Passaporte
Uma garrafa aberta de J&BUma garrafa lacrada de J&B
Caetano VelosoVilson Simonal
Heidegger hojeHeidegger em 1939
Millor FernandesNélson Rodrigues
O Estado de São PauloO Globo

Bem, vamos parar nesses nove exemplos, pois já dá para ter uma ideia do estilo do “jôgo”. Não sei se isso fez algum sentido para você, mesmo tendo em mente que foi uma forma de expressão impressa há cinco décadas, época na qual, aqui no Rio Grande do Sul, recentemente a pauta ecológica havia sido trazida, de forma mais enfática e sistemática, por alguns precursores do movimento ambientalista como os gaúchos Balduíno Rambo, Henrique Luís Roessler e José Lutzenberger, que também utilizavam os espaços conquistados na imprensa gaúcha para alertar sobre o que já previam que viria a ser a crise climática que enfrentamos atualmente.

Vamos agora à parte que o jornalista deixou para a imaginação dos leitores. Provavelmente, os leitores de 1971 pensariam, se motivados, em respostas pertinentes ao contexto da época. Nós, agora em 2023, podemos duplicar o desafio e buscar duas respostas para cada lacuna (são só três), uma pensando como seria há cinco décadas e outra como pensamos que é hoje. Como diz o autor, “Se você pensar bem, vai acabar sabendo…”. Será?

ECOLÓGICONÃO ECOLÓGICO
Ruy Carlos Ostermann4………………..
Jean Luc Godard………………..
Jesus Cristo………………..

Para ser sincero, não consigo me motivar a arriscar respostas. Talvez você também não. E tudo bem se for o caso, pois não é bem isso o que importa, a meu ver. Levando em conta que até hoje, 2023, o jornalismo, de forma geral, ainda não está totalmente convencido da importância e necessidade de uma cobertura adequadamente crítica da pauta ambiental, e isso é verificável na cobertura jornalística atual, a tentativa do jornalista da Folha da Manhã feita em 1971 teve o mérito, a seu  modo, de carregar para as páginas do jornal uma reflexão posta de forma lúdica, que chegou aos leitores. Isso é digno de reverência para quem acredita na relevância da atuação jornalística diante das mudanças climáticas, não só para noticiá-las, mas também para alertar, a tempo, sobre os problemas que podem ser evitados.

Concordo que jornalista não é vidente, mas também não é apenas uma inteligência artificial que reproduz recortes de informações digitais, reorganizando-as com certo sentido meramente aceitável. Nesta linha, a atenção à Ciência, aos saberes diversos e às informações difusas que muitos segmentos sociais compartilham, reorganizando-as em conjunto e traduzindo-as para o grande público, com linguagem acessível e atraente, pode ser considerada – ainda hoje e já em 1971 – um avanço significativo na forma de atuar do jornalismo ambiental, em especial o jornalismo contemporâneo das escolas da objetividade e da advocacy (BELMONTE, 2017).

* Jornalista e especialista em Ciências Humanas: Sociologia, História e Filosofia. Integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS). E-mail: heverton1234@gmail.com.

** Este texto se diferencia do padrão de publicações do site Jornalismo e Meio Ambiente no que diz respeito à atualidade do conteúdo jornalístico analisado, mas mantém os “objetivos [de] estabelecer um diálogo aberto sobre a cobertura ambiental no País, fomentar a qualificação do trabalho jornalístico nesta área, além de formar e cultivar um público crítico em relação à produção jornalística voltada para o meio ambiente”. Na mesma linha, a publicação pretende oferecer “informações úteis para pesquisadores interessados na temática”, visto que aborda a produção textual de um jornalista publicada em um jornal de 1971. (Referências das seções “O que é o observatório?” e “Sobre” do site https://jornalismoemeioambiente.com).

1 Jornal diário da Companhia Jornalística Caldas Júnior, de Porto Alegre, RS, publicado de 1969 a 1980. A edição utilizada para análise foi recuperada de um descarte por Geraldo Gemerasca de Oliveira, associado da Agapan que atualmente atende na banca que a entidade mantém na Feira de Agricultores Ecologistas, em Porto Alegre, RS, com funcionamento aos sábados pela manhã.

2 “No Brasil, o ambientalismo ganhou visibilidade pública a partir dos anos 1970” (BELMONTE, 2017).

3 DDT é sigla conhecida do inseticida diclorodifeniltricloroetano ou dichlorodiphenyltrichloroethan.

4 O jornalista Ruy Carlos Ostermann foi diretor do Folha da Manhã de 1974 a 1978. Sítio de internet Wikipédia. Disponível em:https://pt.wikipedia.org/wiki/Folha_da_Manh%C3%A3_(Porto_Alegre). Acesso em: 28 abr. 2023.

Referências:

BELMONTE,  Roberto Villar. Uma breve  história  do  jornalismo ambiental brasileiro. Revista Brasileira de História da Mídia. Vol. 6, Nº2, jul./dez.2017. Disponível em: https://comunicata.ufpi.br/index.php/rbhm/article/view/6656/3817. Acesso em: 29 abr. 2023.

CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1964.

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A última casinha de madeira na Avenida Atlântica de Balneário Camboriú no jornalismo catarinense

Imagem: captura de tela do Diarinho

Por Míriam Santini de Abreu*

O diário multiplataforma catarinense Diarinho, que cobre Itajaí, Balneário Camboriú e região, publicou em 19 de janeiro notícia de dois parágrafos intitulada “Última casinha da avenida Atlântica vai virar prédio”. Trata-se da casa de madeira remanescente na mais badalada avenida do balneário que teve o metro quadrado mais caro do país, ao custo de R$ 11.635,00, em fevereiro, de acordo com o índice FipeZAP+ . Segundo a matéria, a casinha, construída em 1956 e em 1973 comprada pela família atualmente proprietária, será demolida e poderá dar lugar a um prédio de 12 andares.

Nos dias seguintes, outros veículos repercutiram a informação, como o site Camboriú Notícias, que acrescentou informações sobre os atuais proprietários, e o Balanço Geral Itajaí e o SC no Ar, do Grupo ND, retransmissor da Record. Nos dois últimos, os apresentadores citam o fato e a repercussão negativa nas redes, mas afirmam que se trata de propriedade particular e não tombada pelo município, o que permitiria a demolição. No Balanço Geral Itajaí, o apresentador minimiza a reação dos críticos e afirma que “o olho cresce, é natural” diante de valores implicados em negociações deste tipo. No SC no Ar, a repórter mostra o skyline da cidade, tomado por arranha-céus, e a apresentadora comenta: “Mas é linda Balneário Camboriú, né, é uma cidade linda, faz parte do progresso, da evolução, tá dentro da lei, tá tudo certo, então é isso aí”.

O “então é isso aí” de algum modo sinaliza o limite do jornalismo dominante hoje em Santa Catarina. Ao longo do mês de janeiro, Balneário Camboriú foi notícia por ficar semanas seguidas com a Praia Central – que passou por uma polêmica megaobra de alargamento para evitar a sombra projetada pelos arranha-céus na areia – totalmente imprópria para banho, de acordo com análise feita pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). No mesmo período, a capital, Florianópolis, enfrentava uma epidemia de diarreia que foi notícia no Brasil e no exterior.

No livro “O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo”, o teórico do jornalismo Adelmo Genro Filho mostra que a notícia não caminha do mais para o menos importante, máxima de manuais de redação vendidos por empresas jornalísticas, e sim do singular – matéria-prima do jornalismo – para o particular, sem descuidar do universal, pois essas três categorias filosóficas então ligadas. Ou seja, o jornalismo deve irradiar o singular, o irrepetível, o único, a forma originária do novo – deixando antever a transformação social – a partir da relação com as outras duas dimensões, evitando assim que a totalidade seja vista com uma mera soma de partes, e a realidade como um “(…) agregado de fenômenos destituídos de nexos históricos e dialéticos” (GENRO FILHO, 1989, p. 156).

A iminente derrubada da última casinha de madeira na mais badalada avenida de Balneário Camboriú é o fato singular, único, irrepetível. A relação com o particular se explica pela necessária conexão com a realidade deste município que exalta os prédios gigantescos, os moradores famosos e tenta tapar ou ignorar a ruína das praias e da paisagem, realidade compartilhada por inúmeras cidades no litoral brasileiro, entre elas Torres e Florianópolis, onde as disputadas paisagens provocam pressão para mudanças nos planos diretores atualmente em discussão. É importante mencionar que o citado índice FipeZAP+ lista, além de Balneário Camboriú, Itapema, Florianópolis e Itajaí, todas em Santa Catarina, entre os 10 primeiros lugares no ranking do metro quadrado mais caro do Brasil.

O universal, o “é isso aí” com o qual a apresentadora do SC no Ar conclui o comentário da matéria, está no “olho gordo” mencionado pelo apresentador do Balanço Geral Itajaí, que ele naturaliza: é o lucro com a renda da terra em um sistema em que as sobras da natureza são vendidas como parte dos negócios. É, portanto, um jornalismo que legitima a propriedade privada e o lucro acima do bem comum e limita ao mero discurso a preocupação ambiental, naturalizando os fenômenos sociais e suas consequências.

A última casinha de madeira da Avenida Atlântica ficou à espera de um jornalismo de fato para contá-la.

  • REFERÊNCIA:

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo, Porto Alegre: Tchê, 1989.

* Jornalista, especialista em Educação e Meio Ambiente, mestre em Geografia e doutora em Jornalismo

Quando o jornalismo ambiental encontra o literário

Captura de tela – Reportagem da edição de agosto da revista Piauí
Por Roberto Villar Belmonte*

Talvez somente nos meses que antecederam a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceu no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, tenha se falado tanto sobre questões ambientais do Brasil como nesses primeiros meses do Governo Bolsonaro. Os grandes eventos e as catástrofes têm esse efeito nos jornalistas. Eles mobilizam.

O desmonte da governança ambiental planejado no ano passado e colocado em prática no início de 2019 foi descrito detalhadamente em uma reportagem de 11 páginas da revista Piauí assinada por Bernardo Esteves. Na mesma edição de junho, a publicação mensal deu mais 11 páginas para capítulo inédito do livro A Terra inabitável: uma história do futuro, de David Wallace-Wells.

Essa edição tinha ainda um texto de uma página sobre o plantio de milho dos quilombolas do Vale do Ribeira, em São Paulo, e mais cinco páginas sobre uma batalha jurídica para salvar uma árvore amazônica em Copacabana. Essas 28 páginas da Piauí de junho com pautas do campo ambiental poderiam ser atribuídas ao Dia do Meio Ambiente (5 de junho), período em que proliferam juras de amor à sustentabilidade. Mas não é o caso.

A pauta ambiental sempre esteve no radar editorial da publicação de referência criada por João Moreira Salles. Um exemplo é a reconstituição do crime praticado pela Samarco em Mariana (MG) realizada pela repórter Consuelo Dieguez na reportagem A onda publicada na edição de julho de 2016 na Piauí. Esse trabalho entrou para os anais do jornalismo brasileiro e é estudado em sala de aula.

Os recursos do jornalismo literário – imersão do repórter, humanização das personagens, reconstrução de cenas, reprodução de diálogos – ajudam a dar sentido aos dramas e conflitos que envolvem a relação sociedade e natureza. Tais recursos, incentivados na Piauí, são muito produtivos quando a pauta é ambiental devido à complexidade dos temas e as diversas relações necessárias.

A edição de agosto da revista Piauí chegou às bancas com mais uma pauta do campo ambiental: os furtos de abelha no interior de Minas Gerais. A reportagem de quatro páginas do repórter Leonardo Pujol leva o leitor ao mundo dos apicultores, conectando o modo de ver as pautas do jornalismo ambiental aos recursos narrativos do jornalismo literário.

Nesse mundo da criação de abelhas (insetos afetados pela mudança do clima e pelos venenos utilizados nas monoculturas do agronegócio), agora também há ocorrências policiais, como já ocorre há séculos com o gado. Pujol, que contou essa história, faz parte dessa nova geração de jornalistas sensibilizados pelas questões ambientais e, no caso dele, pelo jornalismo literário.

Como salienta o professor Reges Schwaab em um dos capítulos do e-book Jornalismo ambiental: teoria e prática, “o espaço da reportagem ampliada ou em profundidade e o pensamento socioambiental têm, em termos de estrutura de pensamento, um parentesco” (p.71). Prova disso é a revista Piauí, publicação que não apenas abre espaço para temas ambientais, mas também para novos talentos do jornalismo brasileiro.

*Roberto Villar Belmonte é jornalista, professor e pesquisador dedicado à cobertura ambiental. Membro do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS).

Jornalismo e ambiente: a proximidade distante entre os estudos brasileiros e portugueses (resenha)

Jornalismo e ambiente: a proximidade distante entre os estudos brasileiros e portugueses é o título da resenha que assino na edição 2010/2 da Revista Matrizes, da USP. O texto traz algumas considerações sobre  o livro Jornalismo e ambiente: análise de investigações realizadas no Brasil e em Portugal, de Antonio Teixeira de Barros e Jorge Pedro Sousa (Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2010, 112 p.), já indicado aqui no blog.

Leia a resenha aqui.

O livro também foi resenhado por Maria Érica de Oliveira Lima na atual edição da Revista Intercom. Leia aqui.

Jornalismo na rede

Reprodução do site

Um dos debates da edição 2010 da Campus Party, na tarde de hoje, 27.01.10, reuniu opiniões sobre potencialidades e iniciativas de jornalismo na rede. Um dos convidados foi o jornalista André Deak, conhecido pelo trabalho em cobertura multimídia. Vale conferir a pauta que ele fez para a revista Revista Fórum, abordando o derramamento de agrotóxicos no Rio Paraíba do Sul (disponível aqui). É um ótimo exemplo de trabalho no cenário digital.

Conjugar  as  possibilidades que as diversas ferramentas oferecem, apostar na construção diferenciada das narrativas, no diálogo de vozes e na interação. Isso tudo é valioso para o debate que os temas da agenda socioambiental necessitam.

Jornalismo e Ambiente: Brasil e Portugal

Antonio Teixeira de Barros (Brasil) e Jorge Pedro Sousa (Portugal) lançaram “Jornalismo e ambiente: análise de investigações realizadas no Brasil e em Portugal”, resultado da pesquisa pós-doutoral de Antonio de Barros na Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

O livro aborda “o processo de formação do campo do jornalismo ambiental no Brasil e em Portugal, de forma sistemática, diacrônica e relacional, a partir da interação sócio-histórica de cinco atores sociais: a comunidade científica, o Estado, os movimentos sociais, os partidos políticos verdes e as organizações ambientalistas não-governamentais”. Por essa perspectiva, são relacionados diferentes atores na cobertura de imprensa sobre ambiente nos dois países.

Além, o estudo “apresenta ampla contextualização das convergências históricas e temáticas entre Brasil e Portugal, no que se refere à evolução do debate ambiental, como o protagonismo da comunidade científica, as semelhanças na configuração ideológica e pragmática dos movimentos ambientalistas, a constituição da agenda ambiental, a influência de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Clube de Roma e a pauta da imprensa”.

Encomendas são aceitas por meio da editora da Universidade, pelo e-mail agata@ufp.edu.pt ou site.

Referência completa:
BARROS, Antonio Teixeira e SOUSA, Jorge Pedro. Jornalismo e ambiente: Análise de investigações realizadas no Brasil e em Portugal. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2010. ISBN: 978-989-643-042-9. 112 páginas.

nalismo e Ambiente: Análise de Investigações Realizadas no Brasil e em Portugal”, de Antonio Teixeira de Barros, do Brasil, e Jorge Pedro Sousa, de Portugal. Foi elaborado no âmbito das atividades de pesquisa pós-doutoral do Prof. Dr. Antonio Teixeira de Barros na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, Portugal.

Podem ser encomendados exemplares à editora da Universidade Fernando Pessoa, pelo email agata@ufp.edu.pt ou através do site www.ufp.pt

Referência:

BARROS, Antonio Teixeira e SOUSA, Jorge Pedro. Jornalismo e Ambiente: Análise de Investigações Realizadas no Brasil e em Portugal. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2010. ISBN: 978-989-643-042-9. 112 páginas.

O quente é a Antártida

Nada melhor do que o gelo para ajudar a contar o que se passa nestes tempos quentes. No domingo,  com todos os holofotes já apontados para Copenhague, o Fantástico, da TV Globo, exibiu uma extensa matéria contextualizando o que está em discussão no momento. Trabalho de Sônia Bridi e Paulo Zero. A Antártida foi o destino. Uma reportagem completa e objetiva (veja aqui), comentada na blogosfera durante a semana. E uma escolha acertada.  A Antártida  é um dos símbolos das mudanças em curso. Além, guarda, em sua brancura glacial,  valiosas informações acerca do histórico climático do planeta. O Brasil está envolvido em pesquisas desse histórico. O trabalho com os chamados “testemunhos” tem a participação de pesquisadores da Universidade Federal do  Rio Grande do Sul, chefiados pelo glaciologista Jefferson Simões. O tema merece toda atenção. Reportagens assim precisam virar regra.

A Antártida também foi tema de um dos trabalhos distinguidos com o Prêmio Esso de Jornalismo 2009. A revista “No coração da Antártida”, publicada pela Folha de São Paulo, em 22 março, recebeu  o prêmio na categoria Informação Científica, Tecnológica e Ecológica. Destaque para os textos de Marcelo Leite e as fotos de Toni Pires. Eles estiveram em Patriot Hills, a apenas mil quilômetros do polo Sul. Acompanharam, por 14 dias, os trabalhos da Expedição Deserto de Cristal, primeira missão brasileira no interior da Antártida. Mérito não só pelo relato, capaz de fazer o leitor partilhar do frio polar, mas, também, mergulhar na complexidade do clima, relações e no significado das investigações em andamento. Além de Marcelo e Toni, Claudio Angelo, Marilia Scalzo, Thea Severino, Adriana Mattos, Marcelo Pliger, Renata Steffen e Flavio Dieguez integraram a equipe da revista.

Prêmio recebido, talvez fosse hora do conteúdo estar com livre acesso online. Por hora aqui, para assinantes.

Copenhague – os especiais dos jornais

Os jornais de referência do Brasil e de Portugal estão com especiais sobre a COP 15, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, iniciada hoje, na Dinamarca. Muitos iniciaram o trabalho há alguns dias ou semanas, com matérias buscando antecipar as principais discussões e contextualizar os pontos centrais em debate no encontro. A polêmica criada pelos céticos  em relação dos dados do IPCC, a presença de alguns líderes mundiais como Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, as esperanças de sucesso e as apostas no fracasso da Conferência são os principais motes. Em todos os casos, os jornais têm se valido muito de infográficos e simulações para dar conta dos dados mais específicos.

Por conta do uma pesquisa, estou acompanhando os especiais do Brasil e de Portugal. “Conferência de Copenhague” de um lado do Atlântico, “Cimeira de Copenhaga” do outro. Eis os links.

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